Editorial
Edição 155 > Lula, Haddad e Manuela lideram o campo da Nação e da classe trabalhadora
Lula, Haddad e Manuela lideram o campo da Nação e da classe trabalhadora

Ao contrário da hipocrisia dos veículos da grande mídia que, mesmo engajados nas campanhas dos candidatos conservadores, se proclamam neutros, na Princípios temos a boa tradição de explicitar nossa opinião acerca dos polos e das candidaturas que disputam a presidência da República. Afinal, o que está em jogo é o destino da Nação e da classe trabalhadora.
Julgamos que a melhor alternativa para levantar o Brasil do chão e fazê-lo reencontrar-se com a democracia e o desenvolvimento soberano é a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva e de seu atual candidato a vice, Fernando Haddad.
Haddad cumpre o papel de porta-voz do ex-presidente Lula, uma vez que este se encontra arbitrariamente preso. Conforme já amplamente divulgado, Manuela D’Ávila, do PCdoB, será, ao final, em qualquer circunstância, candidata a vice-presidente: ou de Lula, se a Justiça for vitoriosa; ou de Fernando Haddad, caso o arbítrio venha a indeferir o registro do maior líder popular dos últimos tempos.
O certo é que Lula, candidato ou não candidato, irá liderar o campo da Nação e da classe trabalhadora, das forças democráticas, populares, progressistas e patrióticas. Fernando Haddad e Manuela D’Ávila têm liderança, competência e experiência – o conjunto de atributos necessários – para estarem à frente da maior economia da América Latina.
Também integram o conjunto de candidaturas progressistas o ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, e Guilherme Boulos, do PSOL.
No campo antagônico, o do rentismo, das forças conservadoras, dos grandes grupos econômicos, há um elenco de uma dezena de candidaturas. Todas apoiaram o golpe de Estado de agosto de 2016. Entre elas se destaca uma trinca: as candidaturas do tucano Geraldo Alckmin; de Marina Silva; e de Jair Bolsonaro, da extrema-direita.
Alckmin é o candidato predileto dos banqueiros, da plutocracia, das forças conservadoras, uma vez que o programa de sua campanha e a trajetória dele e do PSDB revelam o compromisso de seguir implantando no país, a ferro e fogo, a ordem ultraliberal e neocolonial iniciada pelo governo de Michel Temer.
Se Alckmin não deslanchar, transcorrido o primeiro período da propaganda de rádio e tv, será deixado à margem do caminho pelas forças do dito mercado. Marina Silva vem tentando se credenciar para ser o plano “B”: apoiou Aécio Neves no segundo turno de 2014, foi signatária do golpe de Estado, aplaude o Estado de exceção, e seu programa de governo é regido por uma espécie de “ambientalismo neocolonial e neoliberal”. Jair Bolsonaro, de matiz fascista, foi em determinada fase, impulsionado pela grande mídia, tem apoio das camadas médias reacionárias e de uma parcela do povo que ainda não compreendeu o que ele representa. Bolsonaro é um entreguista, convertido ao ultraliberalismo, que tenta enganar o povo com a máscara de patriota e de “justiceiro”.
O fator determinante deste primeiro turno das eleições até a presente data é uma tomada de posição da classe trabalhadora, do povo, de baixo para cima, para além da arrogância e do desdém das classes dominantes – tomada de posição que contesta os vereditos ilegítimos de uma toga que se partidarizou e rasgou a Constituição.
Tal tomada de posição vem de um motivo simples: o povo sabe comparar. No ciclo de governo liderado pelo ex-presidente Lula houve desenvolvimento, geração de empregos, distribuição de renda. Ampliou-se e melhorou o acesso a direitos fundamentais, como saúde e educação. A democracia se alargou e a soberania nacional foi fortalecida. Em total contraste, tal como água e vinho, no governo golpista de Temer, entronizado com apoio de Alckmin, Marina, Bolsonaro et caterva, houve retrocesso em toda a linha. Mais de treze milhões de desempregados, arrocho salarial, corte de direitos trabalhistas.
A vida do povo piorou ao extremo. Saúde, educação, segurança, em conjunto, se deterioraram. A democracia foi mutilada e a soberania do país aviltada.
Luiz Inácio Lula da Silva, do cárcere infame e injusto ao qual a ferros foi conduzido, lidera o movimento, a grande rebelião que marcha em direção às urnas de 7 de outubro. Como diz seu slogan de campanha, O Brasil quer ser feliz de novo e dá sinais crescentes de que está disposto a lutar para materializar esse sonho e se livrar do pesadelo que representa o país de Temer e seus comparsas.
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Aqui me despeço e passo o bastão
A revista Princípios foi fundada em 1981 por uma destacada e histórica liderança dos comunistas brasileiros, João Amazonas.
No seu gênero, é o mais longevo periódico. Circula, ininterruptamente, há 37 anos. É fruto de um trabalho coletivo, pois, ao longo desse percurso, um elenco de jornalistas liderados por editores garantiu sua circulação.
Nos últimos dezesseis anos, tive a honra de ser editor da Princípios. Sem jactância, mas com justificado orgulho, afirmo que, como jornalista, é até aqui minha maior realização. Foram 90 edições, cerca de 1600 artigos de renomados(as) colaboradores(as) publicados em oito mil páginas.
Em 2004, a partir da edição 74, deixa de ser trimestral e passa a circular a cada dois meses. Em 2016, além da versão impressa, ganha versão digital.
Sua coleção de 155 números está toda digitalizada e grande parte disponibilizada ao público.
Destaco, entretanto, com letras garrafais, de que nada disso teria sido possível sem a Comissão Editorial, sem os profissionais da redação e da Editora Anita Garibaldi. Há que se destacar, também, nossos(as) colaboradores(as), nossos(as) apoiadores(as), militantes da imprensa livre, nossos anunciantes, e sobretudo nossa preciosa comunidade de leitores e leitoras.
Como editor, agradeço, enalteço, o trabalho de todos e todas.
Meu apoio à Princípios segue, mas aqui me despeço e passo o bastão a Júlio Vellozo que será o editor a partir do próximo número. Desejo-lhe o êxito que, com certeza, alcançará.
Afetuosamente,
Adalberto Monteiro
Editor